A compra de um scanner de cargas para o Porto de Natal poderia inibir o embarque de drogas com destino ao exterior. Foi o que afirmou, em pronunciamento no Plenário, o senador Styvenson Valentim, do Podemos do Rio Grande do Norte, na sessão desta segunda-feira (12/03). O senador disse que a recente apreensão de 10 toneladas de cocaína, pela Polícia Federal, naquele porto, demonstra que ele está sendo movimentado no sentido negativo. No entanto, lembrou o parlamentar, o porto representa um importante polo econômico para exportação de frutas, que representa 30% da movimentação do terminal.
“A causa é a falta de fiscalização, o que pode ser resolvido com um simples scanner de cargas como existem em outros portos nacionais. O Porto de Santos tem desde 2013. O porto lá do Ceará, desde 2014. Eu creio que o Espírito Santo também tenha o seu scanner. E a gente nunca teve essa máquina, que em tempo rápido e preciso pode avaliar justamente que carga está sendo transportada”, explicou o senador.
Styvenson Valentim declarou que fez o pedido em audiência com o ministro dos Transportes, Tarcísio Freitas, mas, segundo relatou, o governo federal não tem recursos para a compra do equipamento, que custa R$ 11 milhões.
“R$ 11 milhões não são um valor extraordinário para se combater esse tipo de crime. Se nós não temos condições de manter o porto, se o governo gederal não tem condições, se o estado do Rio Grande do Norte não tem condições, então que passe para a iniciativa privada”, afirmou Styvenson Valentim.
O senador do Podemos do Rio Grande do Norte salientou, em seu pronunciamento, que quando o Estado é negligente e abandona a sociedade, dá oportunidade para o crescimento do crime organizado que arrasa as famílias brasileiras. “Junto com essa droga, que vem de todos os outros países e deságua lá no meu Estado, está vindo quem? Essa droga vem sozinha? Deve vir com quem? Com esses traficantes, que se alojam em meu Estado, por isso aumentou tanto essa briga, essa rivalidade, as mortes causadas por essa porcaria que é a droga. Então, eu vim falar aqui porque não é um problema só meu, é o problema de um Estado, de um País”, disse o senadore.
Styvenson afirmou ainda que o problema enfrentado pelo Porto de Natal se repete em diversas outras unidades portuárias do País. “Creio que seja problema de vários portos do nosso País a falta de fiscalização. Pode ser que esteja acontecendo da mesma forma no Porto Seco de Goiás, entre tantos outros. Ora, se 10 toneladas foram pegas em apenas cinco meses, imagine o que passou nesse tempo todinho. Imagine o que já passou de drogas para dentro do nosso País pelas fronteiras, porque, para chegar até Natal, saindo da Bolívia, do extremo Norte, do Peru. Por isso estou vindo aqui porque é um pedido simples, um pedido para que olhe para o meu Estado, porque até agora eu não entendo porque desde quando foi criado, desde quando eu conheço o Porto de Natal, nunca houve um equipamento de fiscalização como esse”, criticou o senador Styvenson Valentim.