Na tarde desta quinta-feira (21), o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Junto a eles se desligaram ainda os secretários adjuntos de Funchal e de Bittencourt.
Os quatro cargos ficam vagos após a crise gerada no governo pela proposta de criação do Auxílio Brasil, no valor de R$ 400, para substituir o Bolsa Família.
O senador Oriovisto Guimarães, que é relator de receita do Orçamento de 2022, mostrou sua preocupação para os pares, durante a sessão plenária, afirmando que o desembarque de membros da equipe econômica mostra que a condução da política econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro está “absurdamente errada”.
“Esses profissionais de altíssimo nível estão abandonando o barco por uma simples e boa razão: não querem manchar os seus currículos com uma política econômica absurdamente errada”, justificou o senador Oriovisto.
Para financiar o novo benefício, o governo federal fez um acordo com a base aliada no Congresso Nacional para alterar o relatório da Proposta de Emenda à Constituição dos Precatórios (PEC 23/2021), incluindo um trecho que altera o prazo de correção do teto de gastos, com potencial de abrir mais de R$ 80 bilhões no Orçamento de 2022.
“O presidente diz que não conhece de economia, que não é com ele, que é com o Paulo Guedes, mesmo assim ele determina que as coisas sejam feitas e Paulo Guedes obedece, procura um jeito”, disse o senador paranaense durante sessão do Senado, lembrando a acusação feita pelo chefe da pasta meses atrás contra ministros do governo que tentavam furar o teto de gastos. “Quem é o fura-teto hoje?”, questionou.
O senador Oriovisto frisou no discurso que há alguns dias vem alertando sobre a importância de trabalhar mais a responsabilidade fiscal. “Dar um auxílio a quem precisa é de suma importância, mas o recurso está sendo tirado do lugar errado. Por que não acabar com as emendas de relator ou com o Fundo Eleitoral, para custear esses benefícios? Furar o teto não é a solução!”, defendeu.
“É preciso cortar despesas, não furar o teto de gastos”, concluiu o parlamentar.
Fonte: ASCOM – Senador Oriovisto Guimarães