O senador Eduardo Girão (CE) elogiou a atuação da Polícia Federal no desdobramento da Operação Cartão Vermelho nesta última terça-feira (3), em Fortaleza. Porém, lamentou que a capital do Estado, continue a definhar com esquemas volumosos de corrupção.
“Enquanto famílias perdem seus entes queridos em meio à pandemia, gestores da secretaria de Saúde de Fortaleza e outros setores desviam dinheiro público. A operação já constatou que há indícios do uso de empresas de fachada nas licitações e o superfaturamento de equipamentos adquiridos para o Hospital de Campanha do PV. Fortaleza já não suporta mais ser saqueada por esquemas de corrupção”, explicou.
Segundo a matéria veiculada pelo G1, a investigação apontou indícios de compra de equipamentos por empresas de fachada; indícios de fraude na escolha da empresa contratada em dispensa de licitação, má gestão e fiscalização da aplicação de recursos públicos no hospital de campanha e, por fim, embora não menos importante, irregularidades no preço dos equipamentos adquiridos, se comparados às aquisições feitas por outras cidades sob as mesmas condições no contexto de pandemia.
“Os indícios de desvios e má gestão na implantação do Hospital de Campanha eram evidentes desde o início. Duas perguntas importantes nunca foram devidamente respondidas: Porque a construção num estádio de futebol, quando existiam muitas outras alternativas mais viáveis e baratas?”, criticou.
Diante dos fatos, a Justiça Federal autorizou o bloqueio do montante de R$ 7 milhões de contas das pessoas jurídicas investigadas. As apurações continuam com análise do material apreendido na operação policial e do fluxo financeiro dos suspeitos.
Projeto de Lei
Visando coibir esquemas de corrupção durante a pandemia, o senador Eduardo Girão apresentou em março deste ano, dois Projetos de Lei que aguardam análise no Plenário do Senado Federal. Um deles é o PL 1797/20 que dobra a pena de crimes contra a administração pública, e o outro é o PL 1871, que transforma esses crimes em crime hediondo.
A Câmara dos Deputados aprovou em setembro, um projeto de lei semelhante ao do senador, o PL 1.485/20, da deputada Adriana Ventura (Novo/SP). A proposta seguiu para o Senado Federal, mas ainda aguarda votação. “A Câmara saiu na frente e aprovou. Já pedi várias vezes a votação pelos senadores e não é votado. Esses escândalos e essas operações mostram exatamente porque não votam”, disse.
Fonte: ASCOM – Senador Eduardo Girão.