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Renata Abreu convida psicólogas para debater o machismo estrutural
Na próxima quarta-feira, 18 de setembro, a Comissão de Defesa da Mulher (CDM) realizará o debate ‘Prevenção do Machismo Estrutural – Projeto Novos Valores’. A audiência pública foi solicitada pela deputada federal Renata Abreu (Podemos-SP), que convidou para esse debate a psicóloga Adriana Magrin Rivera Sbroggio, mestre e doutora em Ciências Médicas na Saúde da Mulher pela Unicamp, e Bethânia Maria Lopes Theodoro, graduanda em Psicologia na Universidade São Francisco, de Campinas.
A proposta da deputada é promover a discussão sobre a estrutura patriarcal na sociedade. “A sociedade se acostumou a reconhecer aos homens, independentemente de personalidade ou aptidões, posições de exclusiva dominação tanto nos espaços públicos quanto nos próprios lares, onde assumem inegociável função de provedores. No lado oposto, limitou-se a participação social das mulheres, difundindo-se a ideia de que a elas restaria o exercício de funções tipicamente femininas, como os afazeres domésticos e a educação dos filhos.”
Ocorre que o mundo avançou e, com ele, avançaram também as estruturas e os sistemas de participação social, sobretudo a partir do ingresso da mulher em atividades que por muito tempo foram reservadas a homens. Fato é que homens e mulheres atualmente convivem nos mesmos espaços e dividem as mesmas funções, mesmo que traços do machismo arraigados na sociedade ainda tentem arrefecer o processo de empoderamento feminino que tem ganhado corpo nos últimos tempos.
“Nessa perspectiva, observa-se que, à medida que são reconhecidos mais direitos e maior participação às mulheres nas arenas políticas, cresce entre parcela significativa de homens perigoso sentimento de temor pela perda de papeis que até então lhes eram reservados quase que exclusivamente. Isto é, muitos não estão preparados para mudanças dessa magnitude e buscam alternativas para manter a hierarquia cultural. O desespero e o despreparo para esse momento de ruptura com velhas conformações sociais têm, infelizmente, culminado no aumento dos índices de agressões e mortes de mulheres”, alerta a parlamentar, acrescentando: “Diante desse cenário, torna-se de fundamental o combate a insistentes e nocivas raízes do patriarcado, especialmente para que a ampliação de direitos e de participação da mulher nos diferentes contextos socioculturais da sociedade não se vejam intimidados por toda sorte de violência, quer física ou psicológica”.
A audiência pública do próximo dia 18, a partir das 15h no anexo II, plenário 14 da Câmara dos Deputados, será importante instrumento de análise e discussão dessa estrutura patriarcal e marcante contribuição na construção de mecanismos efetivos de prevenção contra a onda crescente de violência animada por questões de gênero.