Nem esquerda, nem a direita, essa briga caiu. Somos a favor de ir para frente, com mais democracia e a população participando da decisão das pautas que melhor se adaptam ao momento e ao futuro do Brasil.
Ideologia é um termo que surgiu durante a Revolução Francesa, significando conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas. Como exemplo, temos a democracia, uma ideologia que defende um modelo de governo onde a população elege seus líderes representantes, defendida por filósofos como Platão e Aristóteles, tendo como princípio básico a liberdade onde todos têm o direito de ocupar cargos públicos e de exercer o poder. Para Aristóteles a base de um Estado democrático era a liberdade, um governo de muitos para muitos, respeitando cada indivíduo separadamente, era o modelo ideal.
As origens do pensamento ideológico moderno residem na filosofia histórica dos alemães Georg Hegel e Karl Marx. Eles explicam como as ideias de cada período histórico diferem porque as práticas e instituições das sociedades são diferentes, e o significado das ideias muda com a história. Como ocorrido na definição de esquerda e direita, nascido também na França, onde Delegados identificados com igualitarismo e reforma social sentavam-se à esquerda do rei; delegados identificados com aristocracia e conservadorismo, à direita. Esse conceito, em um diferente tempo histórico, sob influência de obras como o Capital, Manifesto Comunista e O Estado e a Revolução, passou a ser associado à uma outra luta, dessa vez entre o Capital e o Operário, expresso em Capitalismo x Socialismo, no qual ideias capitalistas são associadas à direita enquanto as socialistas à esquerda.
Interessante considerar, que esse modelo, quando aplicado em um mundo conectado, onde as liberdades individuais passam a ser expressadas em rede e as ideias em coletivo, tanto os modelos ideológicos como a própria política, parecem não representar o pacto social da era da informação. Como argumenta Zygmunt Bauman, os instrumentos de ação coletiva herdados de nossos ancestrais já não são mais adequados para lidar com as complexidades desse novo mundo interconectado. Vivemos o interregno, idealizado por Antônio Gramsci, onde as antigas formas de fazer as coisas já não funcionam, mas as novas formas de resolver os problemas de uma forma efetiva ainda não foram criados.
A consequência prática são que as novas gerações não encontram nem na política representativa, nem em modelos ideológicos do passado uma referência que represente seu interesse. Em uma crise política-social globalizada, onde o questionamento aos modelos ideológicos e sistema político e democrático vigentes, se resume a máxima – quem ou o qual realmente me representa. Seja com os indignados na Espanha, Occupy Wall Street nos EUA ou as manifestações de 2013 no Brasil, para as ruas o velho morreu e o novo ainda não existe.
Ao analisarmos com mais atenção esse novo pacto social, da necessidade de acesso a informação, em tempo real e da vida conectada por um celular, encontramos algumas características dessa nova geração, que melhor explicam esse conflito de ideias e de interesses. Hoje a nova geração se organiza em grupos, identificados por interesses locais, em causas com prazo determinado. A Internet e as Redes Sociais atuam mais como agrupadores de ideias e reunião de pessoas, que espalhadas geograficamente, se encontram.
No cotidiano o acesso a informação é instantâneo, pessoal e personalizado, respeitando o indivíduo e reposicionando a mesma persona para diferentes grupos e interesses. No trabalho os planos de carreira tradicionais e sistemas hierárquicos perdem força para um modelo que une trabalho com satisfação pessoal.
Nas Cidades, lutam por promover a abertura e transparência, por ampliar e incentivar a participação das pessoas nos serviços públicos e ser parte, não apenas no voto, mas atuando como protagonistas nas decisões que envolvem seu coletivo. São eles os que acreditam que a melhor forma de construir um mundo melhor é em coletividade e questionam a necessidade de partidos e das instituições políticas. Nesse mundo, não é o jovem que não quer saber da política, é essa política que ainda não sabe conversar com o jovem. Uma geração que acredita que podem transformar a sociedade quando pessoas se organizam em torno de uma causa. Mas as causas parecem não estar na pauta da maioria dos partidos, menos ainda nas ideologias, resultando em um distanciamento entre a nova geração e o modelo político do século passado.
Esse é o extrato de uma nova geração que cresceu com Celulares nas mãos, com uma forma de ser individual e pensar para o coletivo, o que entre tantas ideologias políticas, se assemelha a uma linha ideológica chamada Coletivismo ou Coletivismo Digital, a qual em sua base defende a liberdade individual, pensando em prol do coletivo e ações em conjunto para resolver problemas locais temporários e transitórios. Ao contrário da dicotomia Capitalismo x Socialismo, essa nova proposta ignora classe, cor e até mesmo credo, respeitando as diferenças e identidade pessoal, reunido diferentes pessoas na troca de experiências, em um mesmo interesse ou causa.
Se esse for o caminho, se queremos estar juntos na solução, precisamos mais do que unir as pessoas exigindo direitos, mas estar juntos, organizadas de porta a porta, nos bairros, na sua cidade para fazermos o melhor. Juntos somos mais que um partido, mais do que um desejo, somos todos partes de um Movimento. Acabou o tempo de esquerda e direita, chegou a hora de irmos para frente, onde cada um seja parte, respeitando a individualidade, para em coletivo, ajudar a decidir o futuro do país. Somente Juntos Podemos Mudar o Brasil.