Iniciativa busca conscientização e tratamento eficazes para uma das principais doenças ocupacionais do país
A luta pela saúde mental do povo brasileiro foi marcada por uma grande vitória na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (03/07) com a aprovação do Projeto de Lei 1.464/22, de autoria do deputado federal Glaustin da Fokus (Podemos-GO). A medida cria a Política Nacional de Atenção Integral à Síndrome de Burnout no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e teve seu relatório admitido na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Casa.
A relatora da matéria, deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), destacou a urgência e importância do projeto, citando os alarmantes índices de saúde mental no país. “O Brasil lidera os rankings de depressão e ansiedade, sendo o segundo país com mais casos diagnosticados de burnout”, afirmou.
Para a parlamentar, o projeto é uma resposta à crescente demanda de políticas públicas eficazes para lidar com essa triste realidade.
Por sua vez, o autor do projeto, Glaustin da Fokus, destacou que a aprovação representa um passo importante na promoção da saúde mental no Brasil.
“A Síndrome de Esgotamento Profissional, também conhecida como burnout, não é frescura. Precisamos dar apoio aos trabalhadores desde o surgimento dos primeiros sintomas,” reforçou o deputado.
Dados de uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho indicam que cerca de 30% dos brasileiros sofrem com os sintomas do burnout.
O deputado Glaustin explicou que a criação da Política Nacional de Atenção Integral à Síndrome de Esgotamento Profissional permitirá ao SUS desenvolver atividades educativas e de conscientização, incluindo ações de atendimento, proteção e promoção da saúde.
Em 2022, a Síndrome de Esgotamento Profissional foi reconhecida e classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença ocupacional, ressaltando a necessidade de medidas adequadas para seu tratamento e prevenção.
Com a aprovação na CCJ, o Projeto de Lei 1.464/22 segue agora para o Senado Federal. Glaustin da Fokus garantiu que continuará a lutar pela aprovação final da matéria.
“Infelizmente, assim como a depressão, o burnout é uma realidade no cotidiano de muitos trabalhadores brasileiros. A doença atinge profissionais de todas as esferas, por isso precisamos conscientizar e prevenir,” concluiu o deputado.
A aprovação do projeto é um passo crucial para a implementação de uma política nacional que possa oferecer suporte e tratamento adequados para milhões de trabalhadores afetados pelo burnout, promovendo a saúde mental e melhorando a qualidade de vida dos brasileiros.
Burnout
A síndrome do esgotamento profissional passou a ser mais discutida após a pandemia. A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. O burnout atinge profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes.
A doença pode resultar em estado de depressão profunda e, por isso, é essencial procurar apoio profissional de saúde desde o surgimento dos primeiros sintomas.
A OMS inclusive alerta que os três principais indícios de burnout são: os sentimentos de exaustão ou esgotamento de energia; aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, ou sentimentos de negativismo ou cinismo relacionados ao próprio trabalho e, por fim, a redução da eficácia profissional.