Quantos brasileiros ainda estão à margem da era digital? Em pleno século XXI, enquanto o mundo avança em tecnologia, 29 milhões de brasileiros vivem desconectados, privados de uma ferramenta essencial para educação, trabalho e dignidade. A deputada federal Renata Abreu (SP) luta desde 2015 para transformar essa realidade, propondo que o acesso à internet seja reconhecido como direito fundamental na Constituição Federal. Sua Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 185 é um passo decisivo para garantir um futuro mais justo e conectado.
Segundo a deputada, o Brasil vive uma realidade alarmante. “A internet deixou de ser um luxo para poucos. É tão essencial quanto água ou energia elétrica. Cada dia de atraso é uma barreira a mais para milhões de brasileiros terem acesso à educação, trabalho e informação. É a nossa cidadania que está em jogo!”, afirma Renata Abreu.
Os números confirmam a urgência. De acordo com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), o Brasil tem 59% de usuários conectados, índice inferior ao de países como Reino Unido (94%), Japão (92%), Alemanha (90%) e Estados Unidos (76%). Até mesmo nações emergentes, como a Rússia e China, apresentam índices superiores (76% e 73%). O México, embora esteja no mesmo patamar que o Brasil, ainda enfrenta desafios similares. Esses dados escancaram a exclusão digital que ainda marca nosso país e reforçam a necessidade de ações imediatas.
Além disso, embora 84% da população brasileira tenha algum tipo de acesso à internet, apenas 22% possuem conectividade significativa – uma conexão ampla, estável e capaz de atender às demandas do dia a dia. Isso significa que mais da metade da população enfrenta barreiras tecnológicas que comprometem suas oportunidades no mercado de trabalho, na educação e no exercício pleno da cidadania.
Jovens das periferias não têm as mesmas oportunidades educacionais que aqueles de centros urbanos conectados. Trabalhadores sem acesso à tecnologia enfrentam dificuldades para se qualificar ou buscar empregos. Essa exclusão digital aprofunda desigualdades históricas e limita o desenvolvimento do país. “A ausência de internet não é apenas uma questão técnica, mas social”, explica Renata Abreu.
Inspirada por metas globais como a Agenda 2030 da ONU, a PEC 185/2015 busca alinhar o Brasil às nações que já reconhecem a internet como indispensável para o desenvolvimento social e econômico. “Garantir o acesso à internet significa abrir as portas da cidadania para todos – e não apenas para alguns privilegiados”, provoca a deputada.
O acesso à internet vai além de tecnologia. É um instrumento essencial para ampliar as oportunidades, combater desigualdades e promover o progresso nacional. “Temos de assegurar que o futuro digital seja de todos – e não de poucos”, conclui Renata Abreu.
Foto: Robert Alves