Parlamentares do Podemos afirmam que é “urgente” votar o projeto de lei que acaba com os supersalários no serviço público. A matéria tramita na Câmara dos Deputados desde 2016 e teve a votação do requerimento de urgência suspenso na última quinta-feira (16).
José Nelto (GO) classifica como “desrespeitoso” o ganho acima do valor do teto constitucional de R$ 39 mil. Para o deputado, este é o momento ideal do Parlamento colocar a proposta em pauta.
“Já deveríamos ter cortado no passado. Agora chegou a fome com a vontade. Essa é a hora exata. O Congresso Nacional tem que ter a coragem”, cobra o parlamentar.
Roberto de Lucena (SP) lembra que a sociedade brasileira pede o fim dos privilégios. Segundo o parlamentar, cerca de 100 milhões de brasileiros vivem com uma média de R$ 450 por mês e manter supersalários é “absolutamente indecoroso”.
“Chegou a hora de darmos uma resposta para o povo, de dizermos que nos resta um pouco de sobriedade no Congresso Nacional, e acabarmos com esse descalabro. O presidente Rodrigo Maia precisa ouvir os clamores que se levantam dos quatro cantos desse país. Deixe que cada um assine com sua impressão digital o seu voto, e revele sua conexão ou não com a opinião pública, o bom senso e a justiça”, postou o deputado em uma rede social.
Para Igor Timo (MG) é necessário acabar com a disparidade que há anos causa enormes prejuízos aos cofres públicos, principalmente neste momento crítico que o país enfrenta.
“Por muitos anos, a classe que está na base da pirâmide da economia brasileira tem sido sacrificada. O exemplo precisa vir de cima, de quem tem mais. É justo aprovarmos este projeto, pois é uma forma de reparação social “, avalia Igor Timo.
De acordo com levantamento da Câmara dos Deputados cerca de 71% dos magistrados brasileiros têm ganhos que superam o teto constitucional (R$ 39,2 mil). No ano passado, a imprensa revelou que um juiz, de Minas Gerais, recebeu R$ 752 mil por apenas um mês de trabalho.