Parlamentares do Podemos alertam para o aumento da violência contra a mulher durante a pandemia do Coronavírus (Covid-19). De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi registrado um aumento de quase 9% nas denúncias de crimes de violência doméstica, no último mês.
Presidente nacional do partido, a deputada federal Renata Abreu (SP) afirma que o isolamento social coloca uma parcela da sociedade em alto risco, em especial as mulheres, crianças e idosos que ficam expostos a intimidação de agressores.
“Enfrentar a pandemia é uma tarefa árdua que tem concentrado todos os esforços das autoridades. Mas a violência doméstica é crescente no Brasil e deve ter atenção especial de todos, principalmente neste momento de isolamento social”, constata Renata Abreu.
A parlamentar, que é autora da lei que criminaliza o ato de importunação sexual, reforça a necessidade de que todos estejam atentos para denunciar casos de agressão.
“A utilização dos canais habituais de denúncia, como o 190 da PM ou o Disque 180, de violência doméstica, e o Disque 100, de violência infantil e ainda dos idosos, podem não ser de fácil utilização pela vítima, uma vez que ela se encontra confinada na mesma casa com o agressor. Por isso, é de fundamental importância a atenção redobrada dos vizinhos, amigos e familiares e rápida ação dos órgãos competentes acionados”, orienta a deputada.
Para a senadora Rose de Freitas (ES) a exposição da mulher a situações de risco num momento em que precisa proteger a própria saúde e a vida é cruel. Segundo ela, é preciso incentivar as denúncias para que os agressores sejam legalmente responsabilizados.
“É preciso estimular que todas elas (mulheres) continuem fazendo a denúncia. Isso vai permitir que o flagrante seja executado com maior facilidade e o agressor seja retirado de casa. Esse é um problema social que deve ser resolvido”, cobra a senadora.
Rose de Freitas que é procuradora da Mulher do Senado reforça a necessidade de que projetos de combate à violência doméstica também sejam inclusos na pauta para votação.
“Outras medidas podem ser votadas. Podemos muito bem fazer uma pauta paralela, um braço dessa pauta emergencial, com medidas que ampliem essa rede de proteção à mulher”, justifica a senadora.
Segundo levantamento da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do Ministério da Mulher, até a primeira quinzena do mês de março foram registradas 829 denúncias de casos de violência praticado contra mulheres.