Deputados e senadores do Podemos repercutiram o pedido de demissão do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, nesta manhã (29). O chanceler sofria críticas por falhas nas relações diplomáticas que podem ter prejudicado a compra de vacinas contra a Covid.
O líder do Podemos no Senado, Alvaro Dias (PR), avalia que a “postura extremista” adotada pelo ex-ministro impactava diretamente na forma como o Brasil era visto internacionalmente.
“O comportamento do ministro vinha sendo questionado por políticos, mas sobretudo por muitos diplomatas inconformados com sua postura extremista que comprometia a imagem do país mundo afora “, pondera o senador.
Na última quarta-feira (24), Ernesto Araújo participou de sessão com senadores e foi alvo de uma série de críticas quanto ao discurso anti-China praticado pelo chanceler. Na ocasião, senadores lembraram dos atritos com o país que é um dos principais destinos de exportações brasileiras e o maior produtor de insumos de vacinas no mundo. Além disso, um grupo de cerca de 300 diplomatas enviou carta ao Itamaraty robustecendo as críticas ao ex-ministro e indicando a troca do nome à frente da pasta.
O líder do Podemos na Câmara, deputado federal Igor Timo (MG), acredita que a saída do ministro trará reflexos positivos à imagem do país perante o mundo.
“A saída de Ernesto Araújo reaproxima o Brasil da comunidade internacional e da aliança de países que lideram a produção de insumos contra a Covid-19”, esclarece o parlamentar.
O deputado federal José Nelto (GO) espera que o novo chanceler priorize o “bom diálogo”.
“Que Ernesto Araújo saia e entre em seu lugar um chanceler capaz de retomar a boa diplomacia do Brasil. Precisamos retomar o bom diálogo com o mundo pelo qual éramos conhecidos antes das trapalhadas desse ministro”, conclui o deputado.
Até o momento, três diplomatas de carreira passam por avaliação do presidente Jair Bolsonaro para assumir o Itamaraty no lugar de Ernesto Araújo. Entre os nomes apontados estão: Luiz Fernando Serra (atual embaixador em Paris), George Firmeza (assessor especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos) e Carlos França (ex-chefe do cerimonial do Palácio do Planalto).
Esta é a 16ª mudança de ministros no governo Bolsonaro e a 1ª no Itamaraty.