No primeiro pronunciamento depois do recesso parlamentar, o líder do Podemos, senador Oriovisto Guimarães, questionou, na sessão plenária de quarta-feira (2/8), o motivo de o Congresso não estar debatendo temas importantes neste momento, depois de duas semanas parado: “O que está acontecendo com o arcabouço fiscal que era tão importante, mas não entrou na pauta? O que está acontecendo com a reforma tributária que foi aprovada com tanta pressa lá na Câmara e que até hoje não chegou ao Senado? Ah, lá as coisas estão paradas porque está havendo negociação sobre alguns ministérios para agradar ao centrão ou ao presidente da Câmara. E por que querem ministérios? É por puro patriotismo? Ou será que vão fazer negociata? Este é um país em que a felicidade do povo é decidida com base em sentimentos mesquinhos. Grandes projetos ficam sujeitos a mesquinharias”.
O líder fez um desabafo sobre como é difícil ter o Brasil sonhado por muitos com emprego, renda, justiça ágil, sistema tributário transparente e boas políticas: “Nenhuma reforma interessa, a menos que eu tenha um ministério, a menos que eu tenha algumas emendas, a menos que eu possa, de alguma forma, garantir a minha reeleição. Quem ama o próprio umbigo não ama mais nada. Quem quer se dar bem na política quer que o país se dê mal. Para ser estadista, a primeira coisa é renunciar ao interesse próprio e pensar no coletivo”.
Oriovisto também destacou que, apesar dos R$8 bilhões de emendas liberados, a Câmara aprovou uma reforma tributária caótica, que deixa o país em situação muito pior do que a que se encontra hoje: “Tenho esperança de que o Senado analise isso com técnica, com calma, que possamos realmente discutir números e não políticas soltas, não discurso emocionado. Emoção é muito boa para outras coisas; para números, não serve para nada”.
Fonte: ASCOM – Senador Oriovisto Guimarães
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado