A senadora Rose de Freitas, do Podemos do Espírito Santo, participou, na manhã desta quinta-feira (27/06), do 1º Simpósio Internacional “A Importância da Mulher na Construção de um Parlamento Democrático”. A senadora, que é a Procuradora Especial da Mulher no Senado Federal, abriu o simpósio, que buscou debates temas como a busca por uma maior participação das mulheres no Legislativo, o empoderamento feminino e a igualdade de gênero. Participaram do encontro personalidades da política, do Judiciário e da sociedade, como a ministra e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.
Em sua palestra, realizada no lotado Auditório Petrônio Portella, a ministra Cármen Lúcia disse que “a mulher é discriminada porque no Brasil a desigualdade existe, no que a Constituição é desrespeitada diariamente. Todos temos que nos envolver nesta luta, como uma obrigação cívica, para que a lei seja cumprida e os direitos sejam iguais entre homens e mulheres”.
A senadora Rose de Freitas, que organizou o simpósio junto com o senador Luiz do Carmo (MDB-GO), falou sobre o seu relatório ao PL 2.235/2019, que reserva 30% das vagas do Poder Legislativo para mulheres. O projeto, que é de autoria do senador Luiz do Carmo, tramita no momento na Comissão de Constituição e Justiça. No simpósio, Rose adiantou qual será o seu voto na comissão.
“Vou apresentar parecer favorável, mas depois entendo que podemos lutar para buscar a paridade. Acredito ser possível garantir esse direito justo para nós, mulheres”, apontou a senadora.
O senador Vanderlan Cardoso (PP-GO) disse que apoiará a proposta. “A mulher pode e deve ajudar a transformar a realidade no município, no estado e no Brasil, auxiliando a melhorar a nossa política no mundo real”, disse.
Diretora-geral do Senado, Ilana Trombka lembrou a trajetória de pioneiras, como a primeira senadora da República, Eunice Michiles, para ressaltar as dificuldades encontradas pelas mulheres para exercer o mandato. Segundo ela, as novas gerações devem perseverar na luta.
“Quanto mais mulheres na política e no Parlamento, maiores as chances de os interesses das mulheres serem legitimamente representados. Afinal, se temos voz, por que termos alguém para falar por nós?”, questionou a diretora do Senado.
Representatividade
Durante o simpósio, a empresária, atriz e modelo Luiza Brunet relatou sua trajetória. Vinda de um lar humilde no interior de Mato Grosso do Sul, onde assistiu à mãe sofrer abusos do pai, Luiza sofreu violência doméstica em junho de 2017, por parte do então marido, quando tinha 54 anos.
“Nos dias atuais, a violência contra a mulher ultrapassa o foro íntimo. Tem que denunciar, e todo mundo tem que se meter, não pode deixar acontecer. Dessa forma, vamos estar contribuindo para uma sociedade mais justa, onde nós sejamos mais respeitadas”, disse Luiza, aplaudida pela plateia.
Já a bioquímica Janete Vaz, uma das fundadoras do Grupo Sabin, rede de laboratórios de análise clínica, falou sobre a importância da valorização da mulher nas empresas, na sociedade e na política.
“Desde que haja mais mulheres com mandato parlamentar, esse simples fato vai fazer reduzir o preconceito. Nós, mulheres, não precisamos de vozes, nós precisamos de oportunidades. Não buscamos privilégios, nem benefícios, queremos igualdade e justiça”, afirmou Janete, sob aplausos.
O simpósio contou também com presença de deputadas federais e estaduais, vereadoras, empresários e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de embaixadas, entre outros convidados.
(com informações da Agência Senado)
Foto: Jane de Araújo/Agência Senado