Acompanhado de diversos representantes do setor do transporte, o deputado federal, José Medeiros (Pode/MT), participou de uma reunião com o ministro da infraestrutura, Tarcísio Gomes, nesta quinta-feira (6), que lidera um estudo de um novo modelo para nortear as cobranças sobre o frete no país.
Medeiros defendeu que no novo molde proposto e que deve entrar em vigor nos próximos meses, em substituição a tabela do frete, implantada após as paralisações de 2018, construa-se uma realidade menos burocrática e sem os penduricalhos atuais. O parlamentar comenta que um tabelamento sem os cuidados com a realidade prática não atende ninguém.
“Temos hoje uma somatória de custo administrativos, tributários e uma série de agregados que elevam o frete a um preço que fica inviável para os contratos de terceirização, criando um risco enorme aos autônomos e também nada interessante aos embarcadores, ou seja, ninguém está feliz e o lucro de ninguém foi acentuado, pelo contrário”, comentou.
O parlamentar do Podemos, no entanto, vê na figura de Tarcísio uma liderança técnica e boa capacidade de condução política para achar uma saída para o impasse. “O ministro é conhecedor de tudo que se passa, buscou apoio da Esalq/USP para definir um novo norte para o setor, foram feitas consultas públicas e é talvez uma das pessoas mais capacitadas no país para tocar esse processo”, exaltou.
Realidade Preocupante
Segundo informações externadas pelo setor de transporte, principalmente da ala mais ligada aos fretes de produtores agropecuários, a terceirização chegou a ficar 20% mais cara depois do tabelamento. Tal situação impulsionou empresas a adquirir sua própria frota, prejudicando a oferta de trabalho aos autônomos, que passaram a ser então alvo de preocupação do atual Governo por esta questão.
O estudo celebrado pela Esalq, no entanto, segundo o que externou Tarcísio, aplicará a diferenciação dos tipos de carga, depreciação dos caminhões, custo profissional do caminhoneiro, preço de combustíveis, dentre outros, criando uma realidade moderna. Medeiros afirmou que a expectativa e intenção do Governo é retirar as amarras que hoje travam o setor.
“Quando se fala em qualquer atividade dentro da iniciativa privada o Estado precisa ter a mão certa na regulação porque os efeitos são sempre incontroláveis mediante uma intervenção imprecisa. O setor de transporte no Brasil é poderosíssimo, emprega muitas pessoas e fundamental ao país. Nosso papel é, de fato, distensionar, permitir a oxigenação entre todas suas variantes e atores e, no mais, não atrapalhar. Tenho visto este Governo cuidando destes detalhes”, comentou.
Uma das boas projeções para o futuro e em via de entrar em vigor é a efetivação do Documento de Transporte Eletrônico – DTE. que será como uma TAG de identificação sistêmica em postos de fiscalização que livrará os caminhoneiros das imensas filas e inúmeros papeis hoje necessários. “O tempo que se ganhará com o DTE é valioso e certamente significará potencialmente mais lucro ao setor, mesmo assim o ministro elenca cuidados a serem tomados para o sucesso total da implantação”, finalizou Medeiros.