O Brasil acaba de celebrar um histórico acordo de livre comércio entre o bloco do MERCOSUL, do qual somos integrantes, com a União Europeia. Dois grandes mercados vão limitar tarifas e facilitar o comércio nos próximos anos. Um avanço para nossa economia. Uma vitória que vai impactar intensamente a relação comercial do nosso bloco com os europeus.
Mas, antes de formalizar esse acordo, quero alertar que é preciso muito cuidado diante do que vem pela frente. Nossa economia, que está entre as dez maiores do mundo, está bastante centrada em commodities, o que pode sofrer a pressão de competidores mais eficazes e com menos burocracia. O chamado custo Brasil deve ser levado em conta na hora de fecharmos a parte técnica desses acordos comerciais.
Os detalhes do acordo devem ser discutidos no Congresso para evitar desastres econômicos para alguns setores da economia, especialmente o agronegócio, que vai enfrentar a concorrência de produtos altamente subsidiados onde paga-se menos impostos e o trâmite das licenças demoram muito menos do que aqui.
O acordo União Europeia – Mercosul deve vir acompanhado de um profundo estudo de impacto na ampla e diversificada economia brasileira. Vamos abrir nosso mercado para leite, queijos, automóveis, vinhos e outros produtos cuja concorrência nos trará outra realidade.
Brasil, Uruguai, Paraguai e Argentina precisam preparar suas economias e fortalecer a base das nossas exportações. Precisamos diminuir impostos e outros entraves que tornam nossos produtos menos competitivos, senão o resultado do acordo pode estrangular setores que empregam milhares de pessoas, geram impostos e movimentam a economia de muitas regiões do país.
Vamos ficar atentos a todo o processo desse acordo que, reforço, tem grande importância para nossa economia desde que todos os cuidados sejam tomados para evitar um desastre. O Brasil e nossos parceiros do Mercosul vão ganhar um mercado consumidor de milhares de pessoas o que pode nos trazer muitos benefícios.
Mas é preciso lembrar uma frase antiga, mas que tem muita valia nesses tempos atuais: Ninguém dá almoço de graça.