Proponente da sessão solene, juntamente com outros parlamentares, realizada nesta terça-feira em homenagem aos 40 anos do movimento das Diretas Já, o deputado Luiz Carlos Hauly (PR) lembrou que o primeiro e histórico comício realizado em Curitiba reuniu mais de 50 mil pessoas.
“Foi a partir dessa grande manifestação que a campanha ganhou corpo e se alastrou para as demais capitais. Eu me lembro como se fosse hoje, inclusive discursei em nome dos prefeitos, e lá estava Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, José Richa, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, Álvaro Dias e tantas outras lideranças dessa mobilização democrática”, lembrou.
Por que ocorreu na capital paranaense a primeira mobilização nacional? Segundo Hauly, porque Curitiba era um reduto forte da oposição, tendo como governador José Richa e Maurício Fruet como prefeito da cidade, somando a isso tudo a atuação do senador Álvaro Dias como presidente estadual do diretório do MDB. Hauly destacou que a grande mobilização pelas Diretas Já foi um movimento pacífico e democrático que obteve êxito absoluto sem nenhum tipo de radicalismo ou de extremismo de qualquer natureza.
Além da grande mobilização nacional que mexeu com as estruturas do regime militar, como economista, Hauly afirma que o baixo crescimento do país foi outro fator decisivo para a reabertura política. “O Brasil vinha crescendo a taxa dos tigres asiáticos a 4,8% até 1930; de 1931 a 1980, o salto foi maior, a 6,3% ao ano. Mas, sob a égide do governo militar, do general Figueiredo, tendo como ministro da Fazenda, Delfim Neto, a inflação tomou conta e a depressão, e o PIB sofreu uma queda violenta de 8,7%. Diante desse fracasso econômico, a melhor saída foi devolver o comando do país para os civis”.
Para o deputado Hauly, 40 anos depois das “Diretas Já”, infelizmente hoje o Brasil está doente, sofrendo uma grave crise de extremismos e de radicalismos que nunca vão levar o país a lugar nenhum. Por isso, ele defende uma profunda mudança no sistema político brasileiro a partir da implantação de um semipresidencialismo, a exemplo das principais democracias do mundo. “Esses líderes messiânicos, de direita e ou de esquerda, jamais vão conseguir liderar o Brasil para um futuro de equilíbrio e de avanços consistentes”, ponderou. Por fim, Hauly exaltou o povo brasileiro, defendeu a democracia e a liberdade de imprensa como valores inegociáveis, e também liderou um minuto de silêncio e de oração pelo povo gaúcho que tanto tem sofrido com as cheias dos seus rios nos últimos dias.
Para Hauly, 40 anos depois das “Diretas Já”, infelizmente hoje o Brasil está sofrendo uma grave crise de extremismos e de radicalismos que nunca vão levar o país a lugar nenhum.
Foto: Zeca Ribeiro – Agência Câmara