Nos últimos meses, denúncias escandalosas trouxeram a público um esquema de escutas ilegais supostamente operado com o apoio do Secretário de Segurança Pública do estado do Maranhão, Jefferson Portella. As denúncias são feitas pelos delegados Thiago Bardal e Ney Anderson que agora repercutem o caso para todo o país durante audiência pública ocorrida hoje (2), na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, na Câmara dos Deputados.
A audiência foi presidida pelo deputado Aluísio Mendes (Podemos/MA), autor do requerimento da agenda. O delegado Thiago Bardal expôs as denúncias por vídeo conferência, uma alteração inesperada e ocorrida às vésperas da sessão, segundo o presidente Aluísio, “uma consequência das investidas de parlamentares do PCdoB para adiar ou anular a agenda”. O delegado Ney Anderson também apresentou informações afirmando que varias operações policiais recebiam interferência do atual secretário de segurança, Jefferson Portella.
Segundo os delegados, partiu do secretário de estado a ordem para utilização do sistema Guardião em interceptações telefônicas de políticos e membros do judiciário maranhense que faziam oposição ao atual
governo do Maranhão. “Fiquei perplexo mas não surpreso. As denúncias são gravíssimas e eu como corregedor vou levar essas denúncias também ao Senado”, afirmou o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) em pronunciamento durante a audiência.
Aluisio Mendes se reportou a um caso semelhante ocorrido em 2017 no Mato Grosso e defendeu que as investigações sobre o caso do Maranhão sejam tratadas com a mesma imparcialidade pela justiça. “Se federalizarmos as denúncias e uma auditoria for instaurada na Secretaria de Segurança do Maranhão, ficará esclarecido se de fato existiu um escritório criminoso de escutas ilegais utilizado para chantagem, coação e perseguição a políticos opostos aos interesses do governo”, finalizou Aluisio.
Caso as denúncias prossigam como defendem os parlamentares da Comissão da Câmara, o secretário de segurança do Maranhão, Jefferson Portella, pode ser afastado da pasta e o processo passa a ser investigado pela Procuradoria Geral da República.