Defensora do uso de hidrogênio sustentável na indústria nacional, a deputada federal Renata Abreu, do Podemos-SP, solicitou a realização de audiência pública na Câmara dos Deputados para debater o assunto. E o debate está marcado para quinta-feira (11/5) na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, plenário 2, a partir das 15h.
O hidrogênio sustentável é obtido a partir de fontes renováveis de energia (hidrelétrica, solar, eólica, entre outras) em processos em que não haja emissão de carbono. “Embora a matriz energética brasileira seja majoritariamente proveniente de fontes renováveis (61,8% de hidrelétricas), há muito a ser explorado para que diferentes setores se tornem mais sustentáveis. Uma das soluções que tem ganhado força nos últimos anos é justamente a adoção do hidrogênio sustentável, tema de nossa audiência pública”, diz a parlamentar, que é a presidente nacional do partido.
Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, da sigla em inglês), cita a deputada, apontam que 990 projetos de hidrogênio foram identificados no mundo desde o ano 2000 e que 67 países têm pelo menos uma iniciativa sustentável na área. Segundo ela, o Brasil tem quatro projetos dessa natureza.
Estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) identifica duas modalidades de produção do hidrogênio sustentável adequadas para uso no setor industrial: o hidrogênio verde, produzido a partir de fontes renováveis, como energia solar e eólica sem emissão de gases de efeito estufa; e o hidrogênio azul, obtido a partir do gás natural e com emissões reduzidas por meio da tecnologia de captura e armazenamento de carbono.
De acordo com a CNI, entre os ramos que mais se beneficiariam do uso imediato da produção de hidrogênio sustentável estão os setores industriais de refino e fertilizantes, por serem grandes consumidores dessa matéria-prima. E no caso de siderurgia, metalurgia, cimento e cerâmica, por exemplo, a adoção do hidrogênio sustentável seria de curto e médio prazo.
EXPORTAÇÃO
“Além de surgir como oportunidade para descarbonizar a indústria nacional, o hidrogênio sustentável poderia ser exportado, em especial para a Europa”, sugere Renata Abreu. Entre os potenciais parceiros está a Alemanha, que tem feito acordos para a compra de hidrogênio sustentável para uso final e modernização de seu sistema produtivo. “Em troca, o País venderia ou transferiria tecnologia de produção alemã”, propõe a deputada.
(fonte: Agência Câmara de Notícias)