O deputado federal Roberto de Lucena (Podemos-SP) presidiu nesta terça-feira (5), na Câmara dos Deputados, Comissão Geral para debater a fome no Brasil. Intitulada, “fome, uma mazela social agravada pela crise econômica e social ocasionada pela pandemia da Covid-19”, a comissão foi proposta pelo parlamentar em maio deste ano.
“A fome atingiu 19 milhões de brasileiros no fim de 2020. Ao todo, quase 120 milhões de pessoas enfrentam algum grau de insegurança alimentar. Isso é questão de dignidade e precisamos ir além e discutir ações tripartites, articulando junto ao governo, organizações privadas e religiosas, a fim de erradicar essa triste realidade”, declarou Roberto de Lucena.
De acordo com o parlamentar, a fome só chegará ao fim quando cada cidadão brasileiro fizer um compromisso de solidariedade. “Temos que nos organizar melhor e fazermos da solidariedade uma política pública e um compromisso de cada cidadão brasileiro. Só assim acabaremos com a fome no Brasil. Vamos lutar para isso”, enfatizou.
O líder do Podemos na Câmara, deputado federal Igor Timo (MG), reforçou a necessidade para que fatores econômicos também sejam discutidos no parlamento com a finalidade de que medidas sejam implementadas e resultem na geração empregos e renda.
“É muito simplista culpar a pandemia. Temos que ver urgentemente a redução de impostos, a diminuição do risco Brasil para a manutenção de empresas e a abertura de novos mercados. Precisamos dar um passo atrás e voltarmos, mesmo que temporariamente, com os estoques estratégicos de alimentos, fomentar a economia e agricultura familiar, o Programa de Aquisição de Alimentos, controlar a inflação dos alimentos e buscar o retorno emergencial do programa de renda básica dos restaurantes populares, das cozinhas comunitárias e dos bancos de alimentos. Precisamos nos preocupar de forma imediata com a comida no prato. Quem tem fome, tem pressa ”, pontou o parlamentar.
Na ocasião, estiveram como convidados, a presidente do Instituto EcoVida e vice-presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), Aldenora González; o secretário municipal de Assistência Social de Foz do Iguaçu (PR) e presidente do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (Congemas), Elias de Souza Oliveira; o deputado federal André Janones (Avante-MG); o cientista social Marcel Lins Camargo, especialista em Globalização e Cultura; a economista Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; o integrante da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST Brasil) Rud Rafael; o presidente da Fundação Papa João 23 (Funpapa) e responsável pela área de assistência da prefeitura de Belém (PA) e do programa de renda emergencial Bora Belém, Alfredo Costa; a economista-chefe do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa, Juliane Furno; o professor de Desenvolvimento Agroindustrial e Política Agrícola pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), José Giacomo Baccarin; a presidente do Colegiado Estadual de Gestores Municipais de Assistência Social do Ceará (Coegemas-CE) e secretária municipal de Assistência Social de São Benedito (CE), Ieda Maria Nobre de Castro; o presidente da Associação dos Produtores de Leite – Aproleite Goiás, Marco Sérgio Batista Xavier.