O deputado federal Bacelar (BA) protocolou, na última quarta-feira (11), requerimento de informação para que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, esclareça fatos divulgados pela imprensa sobre a protelação no envio, à Polícia Federal, da apuração de fraude no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2019.
“É uma acusação grave e que precisa ser esclarecida, pois envolve o aprendizado de alunos dos cursos de saúde do Brasil. Como podemos permitir que exista fraudes nisso? O ministro precisa explicar o que de fato aconteceu. Ele nos deve explicações” argumentou o parlamentar.
Milton Ribeiro é acusado, pelo jornal Folha de São Paulo, de atuar em favor de uma instituição de ensino universitário, em Londrina, no Paraná, denunciada por fraude no Enade 2019. A fraude teria ocorrido no curso de Biomedicina da Unifil a partir do vazamento da avaliação do ensino superior.
O Inep – órgão do MEC responsável pela aplicação da prova – investigou uma denúncia anônima feita por um aluno e constatou que a coordenadora da graduação, Karina Gualtieri, teve acesso antecipado à prova e ao gabarito porque fez parte da comissão que elaborou. O objetivo seria obter nota máxima nos indicadores de qualidade de ensino, o que de fato ocorreu.
O ministro teria tratado do caso pessoalmente. Viajado três vezes a Londrina e demitido o presidente do Inep, que queria levar a investigação adiante.
Um ofício foi levado à Polícia Federal em fevereiro deste ano, após o MEC ter encerrado a investigação de forma favorável ao centro universitário, que é presbiteriano assim como Ribeiro. Evidências estatísticas da fraude foram ignoradas na decisão.
Na investigação, técnicos do Inep então compararam o desempenho da Unifil com a média dos cursos de Biomedicina do País e também com os de nota máxima. Concluiu-se que era estatisticamente impossível que a Unifil conseguisse o resultado alcançado. “Em face aos resultados das análises estatísticas, considera-se que há indícios de vazamento de gabarito das questões do Enade 2019, da área de avaliação Biomedicina”, diz o parecer 133 do Inep.
Para Bacelar, o ministro não pode usar de sua influência para interferir em decisões, resultados de avaliações ou qualquer medida por interesse pessoal ou religioso. “Não queremos explorações políticas, apenas entender o que, de fato, aconteceu” ponderou Bacelar.
Fonte: ASCOM – Deputado federal Bacelar.