Em audiência pública realizada hoje (12/11), na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação da Câmara dos Deputados, especialistas, legisladores, pesquisadores e representantes da sociedade civil reuniram-se para debater avanços e desafios no tratamento e inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Idealizado e conduzido pela deputada federal Renata Abreu (SP), presidente nacional do Podemos, o evento contou com a presença de autoridades e especialistas, incluindo Inácio Arruda, secretário nacional de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, e representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
“O autismo é uma pauta que precisa de mais visibilidade e investimentos. Não estamos apenas falando de tratamentos, mas de uma rede de apoio integral, que inclua pais, educadores e profissionais de saúde”, destacou a deputada Renata Abreu ao abrir a sessão. Para ela, a audiência representa um importante passo no fortalecimento das políticas públicas para o autismo.
Durante o evento, foram discutidos temas como o acesso a novos medicamentos e tecnologias assistivas, com destaque para o uso do canabidiol, cujas pesquisas indicam benefícios para a qualidade de vida de pessoas com TEA, aliviando sintomas como ansiedade e agressividade.
O pesquisador Vinícius Barbosa, do Hospital Sírio-Libanês, apresentou estudos que apontam o canabidiol como uma opção promissora, principalmente para lidar com sintomas sensoriais e melhorar a interação social. “O canabidiol tem mostrado resultados consistentes no alívio de sintomas que, para muitos, são limitantes e afetam a vida social. Estamos diante de uma possibilidade de tratamento que merece atenção e investimento”, afirmou Barbosa.
Pais, mães, professores e representantes de associações locais também compartilharam suas vivências e apelaram por maior investimento público em tratamentos contínuos e na capacitação de profissionais de saúde especializados.
Sônia da Costa, diretora do Departamento de Tecnologia Assistiva, salientou a importância de ações coordenadas e anunciou uma nova iniciativa: “Estamos desenvolvendo pulseiras com sensores vitais para monitorar a segurança de pessoas com deficiência, uma tecnologia especialmente útil em casos de vulnerabilidade”.
Parlamentares presentes reforçaram a urgência de regulamentação de leis e o aumento de emendas parlamentares para a criação de centros de referência para o autismo em municípios de diferentes portes. Tais centros, segundo eles, poderiam centralizar recursos e equipes multidisciplinares, proporcionando acolhimento e tratamento integral.
“Vamos continuar lutando para que o Brasil tenha políticas que atendam as famílias com autistas e ofereçam o suporte necessário para seu desenvolvimento”, concluiu Renata Abreu, reafirmando seu compromisso com a causa e o fortalecimento das políticas de inclusão.
Foto: Robert Alves