Glaustin da Fokus é deputado eleito por Goiás
O Dia das Mães é uma data que celebra e reconhece o amor incondicional e a dedicação que transcende todas as barreiras. É um momento para homenagens e refletir sobre as batalhas diárias que elas enfrentam. Diante disso, quero jogar luz sobre as mães atípicas, que precisam receber a saudação que lhes é devida.
Para aqueles que podem não estar familiarizados com o termo, “mãe atípica” é aquela que lida com a criação de uma pessoa com deficiência. Sei que não estou no meu lugar de fala mas, como deputado federal, quero dar voz a esse grupo que é silenciado na sociedade.
Estatísticas de 2010, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), evidenciam que o Brasil tem cerca de 4 milhões de crianças deficientes com idades entre 0 e 14 anos, mostrando que no país há um grande número de mães atípicas batalhando para garantir um futuro digno aos filhos. Além disso, de acordo com dados de 2012, publicados pelo Instituto Baresi, cerca de 78% dos pais abandonaram as mães de crianças com deficiência antes que os filhos completassem cinco anos de idade. Essa informação é alarmante e nos incomoda a buscar entender o que as mães atípicas passam quando falamos sobre o abandono paterno.
Além de articular pelas mães atípicas em pautas que são benéficas a elas, tenho dialogado com esse grupo para que possamos apresentar propostas. O projeto de lei 1225/2024 é resultado das reuniões que tivemos. Esta proposta altera a lei de previdência social e busca garantir às mães
atípicas a condição de segurada facultativa, ou seja, com a aprovação e sanção desse projeto, elas passariam a contribuir com uma porcentagem menor e manteriam todos os direitos previdenciários. Esse projeto aguarda o parecer do relator na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD).
É muito claro que, nesta data especial, nós precisamos enxergar todas. Como representante das mães atípicas no Congresso Nacional, me sinto no dever de dar voz a elas. Escrevo esse artigo com esse objetivo: evidenciar essas mulheres que, por inúmeras vezes, são caladas na sociedade. Se o que queremos é um mundo mais justo, precisamos começar a olhar para grupos negligenciados e ouvir as suas demandas. Isso faz parte da verdadeira democracia que, com a participação de todos, se fortalece cada vez mais.