Deputados do Podemos analisam veto presidencial que retirou possibilidade de ampliação de auxílio emergencial de R$ 600 para profissionais informais não inscritos no Cadastro Único. O presidente Jair Bolsonaro fez o anúncio da decisão na última sexta-feira (15) e os vetos serão analisados pelo Congresso Nacional.
Entre as categorias vetadas estão os catadores de material reciclável, vendedores porta a porta, pipoqueiros, ambulantes de praia, pescadores artesanais, entregadores de aplicativos, taxistas, diaristas, agricultores familiares, artistas e profissionais autônomos da educação física. Ao vetar, o governo argumentou que as inclusões das categorias feitas no projeto aprovado pelo Congresso poderiam privilegiar alguns trabalhadores e excluir outros.
O deputado federal José Nelto (GO) manifestou descontentamento com a decisão do Executivo e anunciou que vai trabalhar pela derrubada do veto.
“Votarei contra. Barrar motoristas de aplicativos e caminhoneiros de receberem auxílio emergencial não é justo. Não podemos desamparar esses profissionais que neste momento de crise que o país enfrenta. São chefes de família e precisam do apoio do governo e não o contrário”, cobra o parlamentar.
Para o deputado Eduardo Braide (MA), a ampliação não pode ser encarada como um privilégio, mas sim como uma necessidade dos brasileiros, que se encontram sem recursos para o enfrentamento da pandemia do coronavírus.
“Sou contra o veto. Brasileiros que precisam de apoio para enfrentar a pandemia ficaram fora do auxílio emergencial com o veto”, argumenta o deputado.
O deputado Igor Timo (MG) pede cautela no exame da matéria. O parlamentar acredita que antes de ampliar é preciso que o governo cumpra o prometido a milhares brasileiros que ainda aguardam por pagamentos da primeira parcela do auxílio.
“Não devemos alarmar a população que já está fragilizada. Contudo, acredito que precisamos deixar essa preocupação para ser analisada com calma, avaliando o cenário da pandemia no país, e aí sim, sendo necessário, nós entendemos que o auxílio deve ser estendido para atender aos que mais precisam desta ajuda para sobreviver”, conclui Igor Timo.
Os vetos ao projeto poderão ser mantidos ou derrubados pelos parlamentares e devem ser analisados em sessão do Congresso Nacional. A data para apreciação desta matéria ainda não foi marcada.