A situação atual e o futuro da educação brasileira foram debatidos por uma Comissão Geral na Câmara dos Deputados, por solicitação da bancada federal do Podemos. A audiência, realizada nesta terça-feira (15), dia do professor, abordou a valorização dos profissionais de educação e discutiu os problemas enfrentados pelas universidades públicas, institutos federais e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).
Autor do requerimento, o deputado federal Bacelar (BA) observa que a educação tem um papel estratégico na construção de uma Nação desenvolvida e soberana. Entretanto, lamenta que a área seja alvo constante de ataques, como o contingenciamento de verbas para pesquisa nas universidades públicas e institutos federais.
“A situação do CNPQ, dos órgãos de fomento à pesquisa, das universidades públicas e do ensino básico é dramática e precisa da mobilização da sociedade para continuar a existir”, conclama. Segundo Bacelar, o déficit de R$ 330 milhões no orçamento do CNPq ameaça o pagamento de bolsas a 84 mil pesquisadores em todo o Brasil.
Outra preocupação parlamentar é com o fato do governo de Jair Bolsonaro, após 10 meses, ainda não ter apresentado nenhum projeto educacional para o país.
“O país está sendo empurrado para o mais puro obscurantismo. Fica evidente que não há e nem existe perspectiva de haver um projeto para a educação. Trata-se o Ministério da Educação apenas como uma ferramenta de aparelhamento ideológico. E o MEC acaba pautado por temas rasos que não atendem aos anseios da população”, assinala Bacelar, que é presidente da Comissão Especial que torna permanente e amplia os recursos do Fundeb.
Valorização dos profissionais de educação
A deputada federal Renata Abreu, presidente nacional do Podemos, diz que a educação de qualidade é o que vai garantir o futuro do nosso país e frisou que é preciso investir na formação e valorização dos profissionais e defender os direitos da categoria.
“Temos muito que lutar por isso, uma luta que envolve a valorização econômica do professor, desde o ensino infantil até o nível superior, para que a carreira volte a ser atrativa para as novas gerações”, defende.
Especialistas da área de educação, reitores de universidades e institutos federais participaram da Comissão Geral e reforçaram os pedidos de valorização da categoria e da pesquisa brasileira para o desenvolvimento do país.