O senador Alvaro Dias, Líder do Podemos, defendeu no Plenário, na sessão desta sexta-feira (22/03), uma reforma urgente no sistema financeiro do Brasil. De acordo com o senador, o país não sairá da crise econômica apenas com a aprovação da proposta de reforma da Previdência pelo Congresso Nacional. Alvaro Dias disse que a desarrumação total das finanças do governo, a rolagem da dívida pública e a política de privilégio às instituições financeiras, com fixação de taxas de juros exorbitantes, estão levando a economia nacional ao estrangulamento.
“Hoje, 62 milhões de brasileiros devem às instituições financeiras. E eu repito que são absolutamente impositivas na fixação das taxas de juros que praticam, porque não dependem da iniciativa privada, não dependem do mercado. Há um Governo generoso, que assegura os ganhos reais, os lucros que são estratosféricos, que alcançam um patamar jamais alcançado na nossa história. E nada muda. Sai governo, entra governo, o Banco Central é dirigido por representantes do sistema financeiro”, criticou o senador.
No seu pronunciamento, o senador lembrou o debate do qual participou em São Paulo, nesta semana, promovido pelo Money Report, no qual, segundo ele, ficou visível entre os empreendedores o sentimento de que, sem as reformas, o País não avançará para um período de prosperidade e desenvolvimento, em que pesem as suas extraordinárias potencialidades econômicas.
“A nosso ver, não basta a reforma da previdência, como alguns querem propugnar, como se fosse o próximo milagre capaz de solucionar todos os problemas do País, superar as dificuldades e nos levar a um futuro desenvolvimentista. Não, é insuficiente. Até porque a economia propalada, decantada em prosa e verso, não é aquela economia suficiente: R$ 1 trilhão em dez anos. Se nós temos, neste ano, um déficit nominal de R$ 517 bilhões, isso significa dizer que, em dois anos, nós liquidaríamos a economia dos dez anos, com a reforma da previdência, se não tomarmos outras providências igualmente importantes no nosso País”, afirmou o senador.
Alvaro Dias pontuou que o crescimento acelerado da da dívida pública brasileira, nos últimos anos, só tem beneficiado um conglomerado de bancos, que detêm 78% do crédito existente no País e possuem como principal cliente o governo federal. “Esses bancos não necessitam da concorrência no mercado. O governo, especialmente com o lançamento de títulos públicos para a rolagem da dívida e a adoção dessa estratégia das operações compromissadas, que originalmente teriam o objetivo de adotar o mecanismo adequado para a política monetária, visando liquidez, enxugando os cofres dos grandes bancos do País, chegou a R$1,114 trilhão no ano passado. Isso é equivalente a 16% do Produto Interno Bruto. Lá, em 2007, eram R$77 bilhões com as operações compromissadas, correspondentes a 3,2% do Produto Interno Bruto. Vejam como o descaminho foi percorrido”, disse o senador Alvaro Dias.
Foro privilegiado
O senador Alvaro Dias também repercutiu a operação da Justiça que prendeu o ex-presidente da República, Michel Temer, na manhã de quinta-feira (21). Para ele, a operação Lava Jato não pode ser considerada seletiva porque, na sua avaliação, não olha partido e sim o crime praticado. Alvaro ainda defendeu a urgência na votação da proposta que extingue o foro privilegiado, na Câmara dos Deputados.
Foto: Thasti Martins
(Com informações da Agência Senado)