A divulgação excessiva de informações jornalísticas sobre casos de suicídio e de tentativa de suicídio pode instigar novas tragédias. Pensando nisso, o líder do Podemos, dep. Fabio Macedo protocolou no Congresso Nacional, o PL 1970 de 2023 que proíbe a publicação dos casos com sensacionalismo e irresponsabilidade.
De acordo com o parlamenta, coberturas sensacionalistas, inapropriadas e descuidadas podem ter efeitos deletérios na saúde mental de pessoas vulneráveis. “A exposição na mídia de casos de suicídio pode ter efeitos prejudiciais à saúde mental da população, pois acreditamos que o excesso de notícias, pode inclusive influenciar e aumentar o número de vítimas, além de causar mais sofrimento e constrangimento aos familiares”.
O Projeto
A proposta tem como principal objetivo preservar a saúde mental da audiência, sobretudo das pessoas mais vulneráveis e estabelece diretrizes eticamente adequadas durante a cobertura jornalística, tais como: nortear-se por fontes de informações oficiais, evitar o esmiuçamento dos casos e enfatizar os resultados trágicos do ato extremo, inclusive para os familiares das vítimas e para os sobreviventes.
O descumprimento dessas diretrizes terá consequências para os meios de comunicação como jornais, sites, empresas de radiodifusão e agências de notícias, com multas de vinte a cem salários mínimos vigente no país e duplicada em caso de reincidência, na forma do regulamento.
“Recomendo aos profissionais de mídia a importância de ter atenção e cuidados básicos de se questionar, antes de iniciar a matéria, por que divulgar? Qual a relevância? Que tipo de impacto a reportagem poderá́ ter? Acredito que, partindo dessa sensibilidade em se colocar no lugar do outro, poderemos evitar divulgações desnecessárias sobre esse tema de tamanha gravidade”, disse Fabio Macedo.
Dados
A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou o Manual “Prevenção do suicídio: um manual para profissionais da mídia” (OMS, 2000), que traz recomendações para profissionais de mídia sobre a divulgação de suicídios. Segundo a publicação, recomenda-se, por exemplo, não divulgar o método empregado, fotos ou cartas de despedida; evitar coberturas sensacionalistas, com glamourização da pessoa, julgamentos morais e visões simplistas sobre a motivação. Igualmente, em consideração às repercussões possíveis, a divulgação deve priorizar o aspecto educativo e a abordagem ética e sensível, seja na mídia tradicional ou nas redes sociais, de forma a promover a conscientização da população.
Fonte: ASCOM – Líder e deputado federal Fabio Macedo
Foto: Sérgio Lima – Liderança do Podemos