Comprometido com ações voltadas para a sustentabilidade ambiental, o Podemos quer debater o potencial da utilização do hidrogênio sustentável na indústria brasileira. Requerimento de audiência pública da deputada Renata Abreu, de São Paulo, subscrito pelo deputado Bruno Ganem, também de São Paulo, foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente da Casa, na quarta-feira (12).
A deputada Renata Abreu, autora do requerimento, afirma que é preciso debater o tema para ampliar o aporte da produção de energia sustentável em todo país.
“Embora a matriz energética brasileira seja majoritariamente proveniente de fontes renováveis (61,8% de hidrelétricas) – ainda há muito a ser explorado, para que diferentes setores se tornem mais sustentáveis. Uma das soluções que tem ganhado força nos últimos anos é a adoção do hidrogênio sustentável. Conforme dados da Agência Internacional de Energia (IEA), desde 2000, 990 projetos de hidrogênio foram identificados no mundo. São 67 países com pelo menos uma iniciativa sustentável na área. No Brasil, são apenas quatro projetos dessa natureza, mas temos potencial para muito mais. Precisamos falar sobre o assunto e avançar nesta pauta”, pontua a parlamentar.
Para o deputado Bruno Ganem, que subescreveu o requerimento, a produção do hidrogênio sustentável é viável e possibilitará o desenvolvimento de uma matriz energética limpa.
A forma de produção energética tem apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que em estudo aponta que ela é benéfica para o meio ambiente e gera vantagens econômicas ao país. Além disso, a CNI faz a ressalva que o desenvolvimento desse tipo de solução no país depende de medidas estruturais, entre elas a elaboração de uma política industrial que impulsione a produção de equipamentos e a prestação de serviços, com incentivos fiscais para descarbonização dos setores, contribuindo para um desenvolvimento econômico sustentável.
Dados da CNI destacam que os setores industriais de refino e fertilizantes, siderurgia, metalurgia, cimento e cerâmica, seriam beneficiados com a adoção do hidrogênio sustentável a curto e médio prazo.
Foram convidados para audiência pública o presidente do Conselho Federal de Química (CFQ), José de Ribamar Oliveira Filho, presidente do CRQ/SP, Hans Viertler e representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Associação Brasileira de Hidrogênio (ABH2) e dos ministérios de Minas e Energia (MME) e de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI).